Um tema controverso que vem ganhando e merece cada vez mais espaço na indústria da moda: A imagem da mulher, via posicionamento de marketing das marcas em suas campanhas.
Vamos mostrar e focar no caso da Victoria’s Secret, que ainda insiste em colocar, mesmo em tempos atuais, perfis que não condizem com a realidade do público feminino, pois vem trabalhando desde os anos 90 na imagem da mulher magra, ultra sexy, super feminina e lolita, college girls, barbies e glamazons usando sutiãs push up, calcinhas com estética fetichista e salto alto, como mostrado em seu último desfile (02.12).
Ao insistir neste posicionamento, principalmente por estar ligado diretamente à imagem da mulher, a marca vem perdendo público e, consequentemente, a queda nas vendas – os números de audiência da transmissão do desfile caiu de 9,7 milhões para 5 milhões de expectadores de 2013 a 2017. Se aprofundarmos ainda mais nestes dados conseguimos ver o impacto negativo que a manutenção deste posicionamento traz para a marca com queda de 41% em suas ações. Em um estudo realizado em setembro de 2017 pelo Wells Fargo, 68% dos entrevistados disseram que gostavam menos da Victoria’s Secret do que costumavam e 60% disse que a marca parece “forçada” ou “falsa”. “A Victoria’s Secret está perdendo participação para outras marcas porque está fora de alcance”, disse ao NYT Paul Lejuez, analista de varejo do Citi que acompanha a L Brands. “A forma como o marketing trabalha está fora de sintonia. As mulheres não querem ser vistas como supermodelos sexy estereotipadas que compram lingerie apenas para agradar ao homem”.
O público feminino, atualmente, não se vê mais ligado aos estereótipos que são apresentados nas campanhas, identificam-se com a imagem de uma mulher mais próxima à sua realidade, da diversidade existente em cada uma delas e, marcas como Savage Fenty, de Rihanna, a Third Love e True & Co, e brasileiras como a Intensify.me e a Cisô, estão ganhando destaque e participação de mercado por estes aspectos e também por trabalharem a sensualidade, mas sob o ponto de vista feminino onde conforto e praticidade também são levados em conta.
O que podemos observar, enfim, é como a manutenção de certas marcas pode ficar prejudicada devido ao mau posicionamento em suas campanhas de marketing, principalmente, pelo fato de não se reinventar e se adaptar na troca de experiências com seu público-alvo consumidor, pois, que a Victoria’s Secret mostra toda a sensualidade em suas lingeries e, por muito tempo, garantiu-se como dominante no mercado é de se levar em consideração, contudo, as novas gerações e as mudanças em como vemos a imagem da mulher, tendo em vista que esta é uma discussão de longa data e intrinsecamente ligada à moda, e estão exigindo cada vez mais diversidade e pluralidade, sem deixar de lado a sensualidade feminina.
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